Dedos traçam,
aproveitando a fumaça e o calor,
signos solitários
no espelho.
Em pouco tempo,
o ar frio irá apagá-los.
Ninguém chora. Ninguém lamenta.
Não foi criado um deus
para esses símbolos difusos,
nem o dedo criador se importa tanto.
Às vezes, um olhar intruso,
tenta congelar o tempo
entre as marcas tornarem-se fantasmas
e o corpo indefinido.
Aí, quebro o espelho,
com socos, e sangro.
Deus está entre os murmúrios,
e os ais da existência do dedo.
O sangue escreve
um traço grosso.
Essa é minha escrita.
Bela poesia!
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