entre o ir-se e o ficar-se;
E é em vão:
o vago momento
de respirar
e esperar.
Nesse, há ainda um deus.
Já minúsculo pois nosso coração
semeia ventos e discórdias.
Já distante, pois nossos olhos agridem o objetivo,
moldando-o com o ódio do carrasco sobre o infiel.
Mas ainda deus,
como um bibelô de uma época de raios laranjas,
de nuvens de almofadas.
Agora, é sempre noite a ninar o coração.
E é em vão:
não há mais nada a ser destruído.
Queimou-se a porcelana.
Limpou-se para debaixo do tapete
as lágrimas de outrora.
Acendeu-se o lampião
clareando uma casa vazia.
Os moradores se foram,
livres como vermes
que só precisam de um buraco.
Assim é o vão.
Assim é em vão.
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