terça-feira, maio 29, 2012

MANHÃS





MATTINA

M’illumino
D’immenso.

(G.Ungaretti)



Ah, voz suave 
e olhar generoso
mesmo entre a morte
mesmo sem a luz da manhã
Iluminou-se

E eu, que banhado
de puro escárnio
fujo do belo, do bem,
procurando-os em mim.

E vós, poeta do olhar
e das paletas do além,
encontrou no coração das trevas,
o som da vida humana 
a se renovar.

2 comentários:

  1. Mais um belo poema!
    Fico puto, no entanto, por ter minha atenção desviada para um "encontrou", quando o "encontraste" seria, neste poema, muito mais sonoro e, além disso, gramaticalmente recomendado.

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  2. O "encontrou" era para dar a ideia de distanciamento e, como você deve ter notado, ficou ainda mais claro com o uso do Vós, além de poder marcar uma isotopia sonora com o voz do primeiro verso.

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