previa-se a chuva e saia-se às ruas.
Sabia-se o cheiro do chá
e sentava-se às mesas para a espera.
Escrevia-se o obscuro e entendia-se o imediato.
Todo tempo tem sua finitude e o nome
Tempo faz-se da noção dela.
Chegou a nossa.
Adiada pela procura
das últimas palavras;
queríamos que fossem
abraços e afagos
de quem vai pra nunca mais.
Queríamos as palavras-fotos,
para pô-las no bolso do casaco,
e lembrarmos de onde saímos.
Queríamos o adeus
tantas vezes implícito no olá,
já desejoso de se esvair.
Descobriu-se o tempo das pauladas.
Descobriu-se o tempo das pauladas.
A lei é a da pele, do movimento, do respirar.
Adeus dado, fazemo-nos orfãos parricidas.
Pois o tempo é sempre agora,
sempre sensível, sempre líquido.
E já andamos agora, fora desse espaço,
com as fotos, os abraços, a memória,
desde sempre lembrando-nos,
aos risos,
de que sempre haverá novas palavras a serem ditas,
descobertas e finalmente, preenchidas de novos sentidos.
E nos esvaímos então no adeus,
com tanto olá implícito.
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