sábado, agosto 13, 2011

RESPOSTAS

  Dançar tango em Paris.
  Comer ravióli em Lisboa,
  Jogar rosas no Nilo,
  sentar em frente ao Coliseu.

 Por que meus demônios são noturnos?
 Por que a insatisfação esgueira-se no silêncio?
 Por que o pulsar do coração é insistente?
 Por que criamos deuses se somos pó?

 Andar de mãos dadas em público.
 Escrever sonetos alexandrinos.
 Amar com palavras de conforto.
 Amar com gestos de símio.

 Quando será que nada mais será sensação?
 Quando o breu será meu irmão?
 Quando os passos irão para a distância?
 Quando nunca mais haverá verão?

 Ter conta em banco exclusivo.
 Falar idiomas com sorriso.
 Usar os pronomes com exatidão.
 Lembrar de datas particulares.

 Quem enxerga o que eu não sou?
 Quem iniciou a mentira?
 Quem revelou a verdade?
 Quem abriu a boca e se comunicou?

 Calcular os passos com precisão.
 Almoçar com máscara e não sujar de macarrão.
 Escolher nomes para os que virão.
 Ler a mente alheia e responder de prontidão.

 O que justifica a lua?
 O que se faz em nome do infinito?
 O que é a morte?
 O que sou?

 E tudo que ela me pede
 é que eu acaricie suas costas,
 antes de dormir sorrindo.

 E responde todas as perguntas,
 mesmo as que ainda não fiz.

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